Todos sabemos
que a internet, apesar de ter democratizado a informação, não tem apenas conteúdo
útil ou verdadeiro. Seguindo a lógica do antigo adágio que diz que “quem ouve
um conto, aumenta um ponto”, na internet esse conceito ganha asas, o que faz
com que notícias, por exemplo, saiam do âmbito da realidade para o da ficção em
um estalo de dedos.
Diferentemente
do passado, quando nós tínhamos de memorizar páginas e páginas de conteúdo para
fazer as provas no final do bimestre, hoje esse conteúdo está disponível online, e a pergunta que o aluno do
fundamental se faz é: “para que memorizar tanto conteúdo, se o que eu precisar
eu encontro no google?”. E é verdade, embora concordemos que todos necessitamos
de uma determinada parcela, mínima, de informação sempre a disposição em nossa
mente para podermos atuar como seres humanos inteligentes e vivendo em sociedade.
Com tanta
disponibilidade de dados, a velocidade e facilidade com que conteúdos são
copiados e replicados acaba por, às vezes, colocar em dúvida quem realmente
criou e quem copiou, o que em nosso vernáculo é conhecido como plágio. Mas não
podemos creditar apenas à internet o uso do plágio. Durante o ensino
fundamental ou médio, quando não havia internet, nós alunos de décadas
anteriores a de ’90 utilizávamos os livros e enciclopédias impressas para copiar
conteúdo em atendimento aos deveres escolares. É bem verdade que, a princípio,
o intuito dos professores é que aprendamos através da cópia e repetição, o que
realmente funciona, mas com o passar do tempo e, principalmente, durante o
ensino médio, essa é uma metodologia que deve ser descartada e dar lugar a
metodologias ligadas à interpretação, descrição, resumo e síntese de textos. O
objetivo, portanto, seria acabar com o velho hábito da cópia e criar no aluno
do ensino médio ou superior não apenas o hábito da compilação e síntese de
idéias, como despertar no profissional que está entrando no mercado de trabalho
a curiosidade e a criticidade, habilidades fundamentais para quem necessita navegar
com propriedade nesse emaranhado de informações que é a internet, sem se perder
e sem utilizá-las indevidamente.
A verdade, no
entanto, é que muitos alunos chegam à universidade sem exercitarem a forma
correta de utilização do que encontram na internet, e mediante tanta facilidade
e disponibilidade, acabam fazendo da cópia a solução para suas atividades
acadêmicas, o que traz uma conseqüência extremamente nociva: a possibilidade
deste acadêmico entrar no mercado sem ter exercitado a capacidade de identificação
de situações problema, levantamento de causas, avaliação de opções e aplicação de uma
solução, a rotina primária da resolução de problemas e tomada de decisão,
habilidades fundamentais para quem quer evoluir em um mercado cada vez mais
competitivo.
E você, caro leitor, acha que o plágio deve realmente ser combatido, ou será que tudo isso não passa de um devaneio docente?
Jefferson Dias
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